O
primeiro capítulo da nossa viagem terminou com o início da nossa primeira
viagem de trem: de Vienna para Budapest. E que trem! Conforto, ar condicionado,
wi-fi e restaurante que vende cerveja! Diferente do trem de passageiros da Vale
no Brasil que não vende e nem permite o consumo de bebidas alcoólicas dentro dos carros. Pra acompanhar a cerveja (não tão gelada, como a maioria que se compra na
Europa) comprei umas salsichas diferentes – afinal estávamos na Áustria – que
vieram com uns tubos parecendo cola capeta, mas que na verdade eram mostarda e
raiz forte. Este foi nosso almoço no trem. Uma pausa aqui: fiquei tentando encontrar palavras sinônimos para não repetir "trem". Mas é um desafio nível hard pedir um mineiro pra não falar ou usar a palavra trem. Haha
Ao
chegar em Budapest, aquela antiga estação Keleti que me traz boas lembranças de
quando me aventurei a ir sozinho pra Sérvia em 2012 e aquele metrô vintage (pra
não falar outra coisa hehe) que nos levou até o hostel. Hostel, bar, balada,
cortiço, caverna... Difícil encontrar o melhor nome para aquele local. Mas era
bem peculiar, um party hostel chamado Retox. Teoricamente um hostel com 24
horas de festa em que te avisam no site que você provavelmente encontrará
pessoas bêbadas e vomitando pelos cantos (e você poderá ser uma delas inclusive). Porém, ninguém aguentou acompanhar os
brasileiros e nos mandaram dormir a certa altura da madrugada. Foi frustrante.
Ainda assim, e apesar do péssimo banheiro, foi uma experiência interessante que
recomendo.
E
em Budapest tive o segundo reencontro da viagem: a doce Dorka veio nos encontrar
no hostel trazendo uns deliciosos chocolatinhos com queijo que são bem típicos
da Hungria. E falando em reencontros, um bem inesperado foi com o Vilsão e
outros brasileiros da AIESEC na Ponte Verde, a minha preferida da capital
húngara. Muito legal a iniciativa de fechá-la 1 domingo
no mês para que as pessoas possam utilizá-la como espaço público que é. E que
sorte estar lá nesse domingo.
Depois
de beber um bom vinho branco húngaro comprado pela Dorka, fomos andando até a
famosa praça Ferenciek tere. De lá, fomos para o incrível Szimpla. No meio do
caminho, uma parada para jantar uma comida típica húngara em um restaurante aparentemente
húngaro. Aí veio o segundo golpe da viagem. Não que o goulash que comi e o
lángos que o Hugo comeu estivessem ruins (mas bom também não estavam rsrs),
mas o atendimento foi péssimo! E não era um lugar pega turista porque era tudo escrito
em húngaro e só tinham húngaros lá. Ao sair lemos a placa da entrada: comida
pobre, serviço lento e pessoal rude. Sim! Revoltados fomos pro Szimpla. Lá foi
tudo bom: o vinho, a cerveja, o narguilé, a música, o ambiente... Que lugar!
No
dia seguinte fomos turistar um pouco. Decidimos ir ao Mercado Municipal de
Budapest. Eu sempre gosto de conhecer os mercados locais e acho que é a melhor
forma de conhecer e viver um pouco da cultura do lugar. E o mercado de Budapest
é incrível. Um prédio antigo, charmoso e coisas maravilhosas lá dentro. Desde
comida até artesanato. E quanta comida! Tanto que decidimos almoçar por lá
mesmo. E foi engraçado porque escolhemos o restaurante mais top (e claro que o
mais caro) e quando perguntamos pra recepcionista como que era o esquema e o
preço ela só disse “é caro, muito caro”. Acho que não nos queriam lá, mas
ofensores que somos, foi lá mesmo que ficamos. E comemos bem, pagando caro: o
equivalente a 40 reais (muita comida e bebida). Sério, aquele lugar (Budapest)
é ridiculamente barato.
Depois,
pesados de tanto comer, fomos andar, como de costume em Budapest. Fomos a pé
até o Castelo em Buda (até lá em cima mesmo, passando por altos atalhos íngremes).
Matei a saudade dos meus amigos corvos e descemos pra voltar pro hostel. De
Budapest, encararíamos um trem noturno e viajaríamos por 14 horas para chegar
em Brasov, na Romênia. Bons brasileiros e farofeiros que somos, nos preparamos
para a viagem comprando vinhos húngaros - que são incrivelmente bons e baratos –
e comidinhas estranhas tipo uns salames, uns molhos também em tubos de pasta de
dente e um patê esquisito que só descobriríamos mais tarde o sabor.
To
be continued...
E a música deste episódio é para homenagear este incrível meio de transporte com o qual chegamos e saímos de Budapest: a coisa, quer dizer, o trem. Hehe
E a música deste episódio é para homenagear este incrível meio de transporte com o qual chegamos e saímos de Budapest: a coisa, quer dizer, o trem. Hehe
Almir Sater - Trem do Pantanal